Você já ouviu falar em crédito de carbono e a importância para o agronegócio? Trata-se de uma ferramenta que possibilita às empresas que compensam suas emissões de gases de efeito estufa por meio de iniciativas que reduzam ou removam CO₂ da atmosfera

No agronegócio, os créditos de carbono têm ganhado cada vez mais adesão, já que essa prática representa uma maneira de contribuir para a sustentabilidade ambiental e ainda gerar vantagens econômicas.

Leia o nosso artigo e compreenda o que é crédito de carbono, como funciona e para que serve. Confira!

O que é crédito de carbono?

O crédito de carbono representa a redução de uma tonelada de dióxido de carbono (CO₂) ou de gases de efeito estufa que não foi emitida para a atmosfera por meio ações e projetos que buscam a diminuição das emissões dessa substância nociva ao planeta. 

Para ficar claro, um crédito de carbono equivale a uma tonelada de dióxido de carbono.

Como funcionam os créditos de carbono?

Os créditos de carbono funcionam como uma espécie de moeda no mercado de carbono. Isso acontece porque na área empresarial, muitas empresas possuem altos níveis de emissão e nem sempre conseguem adotar ações para a redução de suas pegadas de carbono. 

Sendo assim, esses créditos podem ser negociados e adquiridos por empresas e pessoas comuns para compensarem suas próprias emissões de CO₂ ou de gases de efeito estufa e, assim, cumprir suas metas ambientais.  

A proposta é estimular investimentos em iniciativas sustentáveis, como reflorestamento, energias renováveis e eficiência energética, ao oferecer uma maneira de atestar e quantificar os esforços para a mitigação climática.

Quais as vantagens do crédito de carbono para o setor do agronegócio?

O crédito de carbono é uma ferramenta muito vantajosa para as empresas de diversos setores e, no agronegócio, isso também não seria diferente.

Nesse caso, ao adotar práticas agrícolas mais sustentáveis, como a utilização de métodos de plantio sustentável ou a preservação de áreas de vegetação nativa, é possível diminuir a emissão de carbono ou aumentar o sequestro de CO₂, além de gerar créditos de carbono. 

Dessa forma, a sua propriedade rural pode comercializar esses créditos no mercado, obtendo uma nova fonte de receita. Sem contar que essa iniciativa pode também melhorar a reputação do seu negócio no mercado, atendendo as demandas dos consumidores e parceiros por iniciativas ambientais responsáveis. 

Quais os principais órgãos que emitem créditos de carbono?

Há diferentes órgãos que emitem os créditos de carbono. Confira os principais:

• Verra (Verified Carbon Standard – VCS): certifica projetos de redução de emissões e garante a integridade dos créditos.
• Clean Development Mechanism (CDM): Mecanismo da ONU (Organização das Nações Unidas), que faz a certificação de projetos em países em desenvolvimento.
• CORSIA: mecanismo da ICAO para compensação de emissões na aviação internacional.
• Gold Standard: concentra-se em projetos que diminuem emissões e promovem o desenvolvimento sustentável.
• Climate Action Reserve (CAR): oferece certificação e monitora projetos de compensação de carbono.

Quais os desafios da agricultura na redução de dióxido de carbono?

O agronegócio enfrenta muitos desafios para equilibrar o aumento da produtividade com a redução da pegada de carbono. 

Inclusive, a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) adotou o conceito de “agricultura inteligente para o clima”.

A proposta é adaptar o setor agrícola às mudanças climáticas, mitigar as emissões de gases de efeito estufa e aumentar a produção. Contudo, alcançar essas metas pode gerar compromissos e metas, onde o avanço em uma área pode limitar o progresso em outra.

Portanto, é essencial criar estratégias integradas para otimizar as intervenções dentro de uma estrutura coesa. Isso envolve a formulação de políticas baseadas em dados e a construção de um consenso sobre práticas agrícolas sustentáveis e adaptadas ao clima.

Como melhorar as práticas agrícolas para obter crédito de carbono?

No agronegócio, técnicas como a regeneração de solos e o uso de práticas sustentáveis podem contribuir para a captura de carbono e a criação de créditos de carbono. 

Com o correto manejo, como o uso de culturas de cobertura e o plantio direto, a agricultura pode alcançar emissões líquidas negativas, beneficiando a economia rural e atendendo à demanda por produtos sustentáveis.

Como adotar a certificação de crédito de carbono?

Para obter a certificação de crédito de carbono, você precisa seguir os seguintes passos:

• Diagnóstico: avalie as práticas adotadas na sua fazenda e identifique áreas para redução de emissões.
• Plano: elabore um plano com métodos, metas e ações para a redução.
• Seleção: escolha um padrão de certificação reconhecido, como VCS, Gold Standard ou CORSIA.
• Execução: aplique práticas e tecnologias para reduzir as emissões.
• Documentação: mantenha registros detalhados das atividades e resultados.
• Monitoramento: acompanhe as reduções de emissões.
• Verificação: adote um verificador independente para validar os resultados.
• Registro: documente os créditos de carbono após a validação.
• Venda: comercialize os créditos e forneça relatórios sobre suas ações.
• Revisão: Avalie e ajuste o desempenho do projeto regularmente para melhorar a eficácia das reduções.

Conclusão

Implementar boas práticas para reduzir as emissões de CO₂ possibilita a obtenção de créditos de carbono, mas também diminui impactos ambientais, melhorando a eficiência, além de cumprir regulamentações e promover a sustentabilidade.

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